08 junho 2022

Evangelho no Lar

 

Fig. 01

 

Livro: Fonte Viva 

- Aceita a Correção

E, na verdade, toda correção, no presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza, mas, depois, produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela. Paulo. (Hebreus, 12:11).

A terra, sob a pressão do arado, rasga-se e dilacera-se, no entanto, a breve tempo, de suas leiras retificadas brotam flores e frutos deliciosos.

A árvore, em regime de poda, perde vastas reservas de seiva, desnutrindo-se e afeando-se, todavia, em semanas rápidas, cobre-se de nova robustez, habilitando-se à beleza e à fartura.

A água humilde abandona o aconchego da fonte, sofre os impositivos do movimento, alcança o grande rio e, depois, partilha a grandeza do mar.

Qual ocorre na esfera simples da Natureza, acontece no reino complexo da alma.

A corrigenda é sempre rude, desagradável, amargurosa; mas, naqueles que lhe aceitam a luz, resulta sempre em frutos abençoados de experiência, conhecimento, compreensão e justiça.

A terra, a árvore e a água suportam-na, através de constrangimento, mas o Homem, campeão da inteligência no Planeta, é livre para recebê-la e ambientá-la no próprio coração.

O problema da felicidade pessoal, por isso mesmo, nunca será resolvido pela fuga ao processo reparador.

Exterioriza-se a correção celeste em todos os ângulos da Terra.

Raros, contudo, lhe aceitam a bênção, porque semelhante dádiva, na maior parte das vezes, não chega envolvida em arminho, e, quando levada aos lábios, não se assemelha a saboroso confeito. Surge, revestida de acúleos ou misturada de fel, à guisa de remédio curativo e salutar.

Não percas, portanto, a tua preciosa oportunidade de aperfeiçoamento.

A dor e o obstáculo, o trabalho e a luta são recursos de sublimação que nos compete aproveitar.


                              (Pag 27/28) Espírito Emmanuel, Psicografia de Francisco Cândido Xavier

Foto:02



Livro: Evangelho Segundo o Espiritismo 
A cólera

09
O orgulho leva-vos a acreditar que sois mais do que realmente sois e a não suportar uma comparação que vos rebaixe perante os vossos irmãos, quer como Espíritos, quer na posição social ou nas vantagens pessoais. A mínima comparação vos irrita e oprime, e por isso vos encolerizais.
Procurai a origem desses acessos de demência passageira que vos aproximam da animalidade, fazendo-vos perder o sangue-frio e a razão. Procurai e encontrareis quase sempre o orgulho ferido que vos faz repelir as observações justas e rejeitar os mais sábios conselhos.
As próprias impaciências, que causam contrariedades muitas vezes pueris, derivam da excessiva importância pessoal que assumis, julgando que todos devem inclinar-se perante ela.
No seu frenesim, o colérico atira-se contra tudo: à natureza bruta, aos objetos inanimados que despedaça por não lhe obedecerem. Ah! Se nesses momentos pudesse observar-se a sangue frio teria medo de si mesmo ou achar-se-ia bem ridículo! Que avalie por isso a impressão que deve causar nos outros.
Ao menos que fosse por respeito por si mesmo, deveria esforçar-se para vencer essa tendência que faz de si motivo de dó.
Se ao menos pensasse que a cólera nada resolve, faz mal à saúde e pode comprometer até a sua própria vida, veria que é ele mesmo a sua primeira vítima.
Mas outra consideração deveria sobretudo detê-lo: o pensamento de que torna infelizes todos os que o rodeiam. Se tem coração, sentirá remorsos por fazer sofrer as pessoas que mais ama. Se, num acesso de fúria, cometesse um ato de que tivesse de arrepender-se por toda a vida, passaria por um desgosto mortal.
Em suma: a cólera não exclui certas qualidades do coração, mas impede que se faça muito bem e pode levar a que se faça muito mal. Isso deve ser o suficiente para estimular esforços no sentido de a dominar.
O espírita, além disso, é solicitado por outro motivo: o de ser contrária à caridade e à humildade cristãs.


(Pg.91) Um Espírito protetor / Bordéus, 1863


Foto: 03

Observação: Todas as quartas (20h00) o nosso grupo efetua e publica o Evangelho no Lar
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Fig:02 / Foto:  jm / nefv
Fig:03 / Foto:  espiritismo racional

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Fazer o Evangelho no Lar tem como finalidade harmonizar espiritualmente o local onde vivemos com a nossa família ou sozinhos. Não se trata de uma prática católica, mas sim um encontro da nossa essência para com o universo que nos rodeia. Muitas vezes temos necessidade de parar um pouco as nossas rotinas do dia a dia e ligar-nos espiritualmente ao que nos envolve com pensamentos cristãos. Não dura mais de 10 / 15 minutos. E isso contribui para nos acalmarmos e estarmos mais despertos para as dificuldades da vida, porque são elas que nos fazem evoluir na aprendizagem. Todos os espíritas sabem das vantagens que têm em efetuar o Evangelho do Lar. Pode ser efetuado todos os dias, mas normalmente escolhe-se um dia e uma hora definido semanalmente para essa reunião. Poderá colocar uma garrafa com água sobre a mesa a fim de ser magnetizada pela espiritualidade. Pode ainda colocar uma música relaxante de fundo, efetuar uma pequena prece, que não é nada mais que uma conversa com Deus, pedindo a proteção do Espaço a Jesus, maior referencial de ensino e bondade cristã. Faz-se a leitura e comentário de um pequeno livro, neste caso estamos a fazer do livro “Fonte Viva”, do Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Xavier. De seguida, aleatoriamente abre-se o livro Evangelho Segundo o Espiritismo de Allan Kardec, e comenta-se. De seguida faz-se a prece de encerramento pedindo proteção pelo Lar, família, amigos e sobretudo pelo nosso Planeta. Já no fim bebe-se a água que previamente se colocou sobre a mesa. Genericamente é este o processo do Evangelho no Lar, que cada um adapta às circunstâncias, não esquecendo das vantagens em realiza-lo. 

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